09/02/2013

Gabriela, cravo e canela e também perdição

Postado por Unknown
De poucas era a única, de todas era somente, somente bela, somente sorridente, somente graciosa. Só mente. Mas quem mente? Este que vós escreve. Gabriela não era em tempo algum tão doce e esplêndida. Era sim, maliciosa, com um olhar furtivo, daqueles que exitam à longe. Moça misteriosa, e também tão dada, de lábios carnudos, sinuosos e que exalavam tentação. Era pura e em seu olhar vivia a vontade quieta e mansinha de dar-te, não o coração é claro. Sua pele não se manifestava ao meu toque, mas a minha formigava ao simples toque de seus lábios, lábios cor de sangue e loucura. Vivia quieta, observando o mais lento movimento, talvez estivesse observando a próxima presa. Quem dera ser eu. Tão lento e majestoso meu coração, não poderia imaginar que um dia a minha perfeita adorada ia por mim se apaixonar, delirar sua voz nos meus ouvidos, estes que estavam a explodir. Que seria em mim que deslizaria suas mãos, não em curvas, pois não as tenho, mas não importa, ela estava lá, e era isso o que importava de verdade. Como posso me esquecer da primeira vez que seus lábios tocaram e limparam a saliência de outras mulheres que padeceram por mim. Era o mel das estrelas, como posso dizer, isto soou ridículo, mas sim, eu sou ridículo, por ela. Não passei de um rapaz em busca do seu primeiro amor, do seu primeiro orgasmo. Que seja! Eu a amava, e isto bastava para o resto de minha vida. Eu e ela, ela e eu, eu por cima, ela por baixo e vice e versa. Mas nem tudo foi belo, pois como eu adverti no começo deste triste texto, Gabriela não era santa, não era puta, mas quase. Ela tinha sentimentos, sim, ela me amava, mas no fundo não poderia mudar o que na verdade já fazia parte do seu interior, suas características, seus gostos, suas tentações e vontades, eram ela. Infelizmente. Me perdi, depois daquele ultimo encontro, minha vida de certa forma acabou e não estou exagerando, ou poetizando melancolias. Ela me fez feliz de um modo que nunca ousei ser e na outra hora tudo virou perdição. Hoje não sei quem sou, vivo por ela, pois me tornei “ela”. Todos os seus mínimos e máximos detalhes, eu os conhecia e também os vivia, os vivo, para a eternidade. 

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